O Santuário Original, um Cenáculo hoje!

O símbolo do Espírito Santo entronizado no Santuário Original.

Alicja Kostka – Era uma manhã de outono, dia 4 de outubro de 1946, quando representantes dos Padres Palotinos e os Sacerdotes do Movimento Apostólico de Schoenstatt, juntos, entronizaram o símbolo do Espírito Santo no Santuário Original. Esse gesto foi como uma coroação de aspiração por vários anos: aqui continua, de forma original e criadora, a realidade do acontecimento de Pentecostes, onde a Mãe de Deus, no Cenáculo, suplica os dons do Espírito Santo para a Igreja do futuro.

 

Durante os primeiros anos após a Casa da Aliança ser construída como casa de retiros do crescente Movimento Apostólico de Schoenstatt, cresceu a convicção de que nesse lugar continuaria, de modo novo, a realizar-se o mistério do Cenáculo original. Naquela época eram os Padres Palotinos que atuavam na edificação do Movimento, bem como os seminaristas e sacerdotes que participavam de retiros em Schoenstatt, que alimentavam e carregavam esta corrente. Essa experiência os movia para a entrega interior, colocando-se à disposição dessa realidade sobrenatural. Por vários anos, essa disposição conduziu à união entre os Padres Palotinos e os do Movimento Apostólico de Schoenstatt numa só geração, unidos pela vivência no Cenáculo, onde a Mãe de Deus intercede os novos dons e carismas no sentido de sua missão para a Igreja. Essa corrente teve como ponto culminante a entronização do símbolo do Espírito Santo no Santuário Original.

 

A celebração de 4 de outubro de 1946

O símbolo do Espírito Santo, que hoje naturalmente faz parte de muitos Santuários de Schoenstatt pelo mundo afora, foi colocado no Santuário Original, pela primeira vez, em 4 de outubro de 1946. A data foi escolhida por ser, nesse dia, a celebração dos “100 anos do Apostolado Católico” (SAC – Societas Apostolatus Catholici) e também do 28º aniversário de morte de José Engling. As orações dessa celebração se referem a ambos os acontecimentos.

 

Na oração de consagração dos Padres da geração Cenáculo, escrita pelo Pe. Fritz Hillebrand, SAC, (que já não vivia mais por ocasião da entronização do símbolo do Espírito Santo, pois havia morrido durante a Segunda Guerra Mundial), nós lemos: “Por meio de um desenvolvimento agraciado, tu nos levaste a nos unir e integrar numa viva comunidade de geração e, como nosso venerado Pai, a reconhecer a grande missão de nossa Família sob a imagem do Cenáculo. Por isso, ousamos consagrar-nos a ti como tua geração Cenáculo[1]“.

 

Num trecho da oração de consagração da União dos Sacerdotes Diocesanos de Schoenstatt, nós lemos: “Coroa tua Obra através da plenitude o Espírito Santo, que intercedes para todos aqueles que peregrinam ao teu Santuário. Não deixe de fazer suave violência ao teu amado Filho, através de tuas preces maternais, para que a Igreja seja presenteada com um novo Pentecostes, pelo qual esperam seus fiéis”*. Ambas as orações convergem na prece: Tornar-se um só coração e uma só alma. No discurso da festa foi apresentado o significado do símbolo: o símbolo do Espírito Santo, um símbolo da unidade, da missão comum e uma dádiva de gratidão.

 

O ato solene e significativo foi precedido por anos de formação e trabalho comum: tanto aqueles do “seminário da encosta” como da “Casa da Aliança”, se encontravam na capela do vale, junto à “Rainha dos Apóstolos” e da “Mãe Três Vezes Admirável”. A geração Cenáculo sabia de seu chamado: “em primeiro lugar, poder ser para o tempo atual e futuro da Igreja, aquilo que o Cenáculo foi nos primeiros tempos da Igreja”.

Fonte: schoenstatt.de
Original em alemão – tradução: Geni Maria Hoss

[1] Fonte das citações do texto, impresso: KAISER, Heinrich. Die Coenaculum-Generation. Die Tagung im Bundesheim Schönstatt vom 30.9 bis 4.10.1946. Rückblick und Ausblick [A geração Cenáculo. Encontro na Casa da Aliança, em Schoenstatt, de 30 de setembro a 4 de outubro de 1946 – Retrospectiva e perspectiva].