Os sacerdotes comentam essa dádiva.
Karen Bueno – O sacramento da Reconciliação certamente é um dos grandes destaques e características do Ano Santo da Misericórdia, que se encerra neste mês de novembro. Por muitas igreja e muitos santuários, inúmeras pessoas procuram se confessar e dar um novo passo em sua relação pessoal com o Pai misericordioso.
Nos Santuários de Schoenstatt, especialmente naqueles que são Porta Santa da Misericórdia, a procura pelo sacramento cresceu de maneira tocante e visível. Pe. Adilson Costa, capelão do Santuário Tabor da Esperança, de Brasília/DF, conta que chegou a ouvir 200 pessoas em um único dia. “O número de confissões triplicou. Houve grande procura em todos os dias da semana, sobretudo nesse último mês, outubro, que foi o mês da Aliança de Amor”. Um detalhe interessante ocorreu ontem, dia 10 de novembro, em Brasília: “Caía uma chuva torrencial e, mesmo assim, havia cerca de 30 pessoas aguardando na fila, com guarda-chuva na mão, para se confessar”, recorda o capelão.
Diante desse cenário atual da Igreja, quando a misericórdia é colocada no centro, dando o tom e as cores da santidade na vida diária, Pe. Costa evidencia que “o primeiro sentimento é de gratidão a Deus e ao Papa Francisco por terem concedido este ano tão especial para a Igreja”.
No confessionário
Para os sacerdotes, que se sentam do outro lado do confessionário, esse ano trouxe também muita riqueza e crescimento interior: “Vivi experiências que permanecerão guardadas no meu coração. O Ano Santo da Misericórdia foi um verdadeiro tempo de graça. O número de confissões aumentou e muito. O que mais me chamou a atenção foi que muitas pessoas que há anos não se confessavam foram tocadas pela mensagem do Ano Santo e buscaram o sacramento da Reconciliação. Confesso que em algumas absolvições eu me emocionava pela emoção de quem recebia o perdão”, conta o capelão do Santuário de Curitiba/PR, Pe. Marcelo de Souza.
Pe. Costa compartilha: “Ouvi testemunhos belíssimos de pessoas que estavam afastadas da Igreja, que estavam retornando à vida eclesial, pessoas que estavam distante, não num caminho de felicidade, e sentiram a oportunidade de retornar, de retomar sua vida, confiando na misericórdia, não duvidando desse poder de Deus em nos perdoar quando estamos arrependidos e dispostos a crescer no amor dele”.
O testemunho de um missionário
Para este Ano Jubilar, o Papa Francisco enviou, desde Roma, alguns sacerdotes como Missionários da Misericórdia. Esse é o caso do Pe. Marcelo de Souza. Ele pôde, dessa forma, viver lindas experiências com as confissões e também participar de programas em emissoras de TV e rádio, auxiliar a formação das comunidades paroquiais e preparar muitas peregrinações de pessoas que buscavam a indulgência plenária no Santuário Tabor Magnificat.
Uma das maiores experiências que lhe foi concedida, junto com os outros missionários, foi a possibilidade de perdoar os pecados reservados à Santa Sé. Dessa forma, Pe. Marcelo ouviu confissões daqueles que buscavam o perdão para alguns casos específicos, como o aborto. “Prestar esse serviço à Santa Sé foi uma experiência única”, diz ele.
Legados do Ano Santo
O Santuário foi um espaço privilegiado para o encontro com o Pai e a Mãe de Misericórdia, comenta o Pe. Costa: “Trago o testemunho da grandeza deste Ano Santo, com exemplos e testemunhos. Também como o Santuário foi tão acolhedor, por ser um espaço realmente abençoado para que as pessoas pudessem fazer essa experiência de retorno e de retomada da sua vida espiritual com maior seriedade e comprometimento”. Assim, fica a herança de muitas pessoas que receberam ali a graça do abrigo misericordioso e, de alguma forma, se sentem vinculadas a esse lugar de graças.
Pe. Marcelo acredita que a partir de agora as confissões serão mais frequentes em muitos locais. “O Ano Santo está terminando, mas as motivações que recebemos, principalmente vindas do Papa Francisco, nos mostram com muita clareza que o tempo da misericórdia não findará. O Papa Francisco não só falou da misericórdia, mas viveu a misericórdia. E isso é uma grande motivação para todos nós, não devemos somente falar e sim viver a misericórdia através de atitudes e gestos”.