E ganha uma intercessora no céu.
Karen Bueno – A comunidade da União Apostólica das Mães de Schoenstatt lamenta a despedida da Sra. Shirley Camargo, que faleceu na última segunda-feira, 7 de novembro, em Caieiras/SP. Shirley pertencia ao primeiro Curso da União das Mães no Brasil e deixa o esposo, três filhos e seis netos. “Um coração generoso e humilde, que serviu à União com grande fidelidade. Ela irradiava a alegria de Maria e sempre procurava encaminhar todos para o caminho de Deus”, aponta a nota da comunidade.
Shirley é a primeira mãe da União que falece no Brasil, o que faz a comunidade se compreender ainda mais como uma família. Assim descreve Fatima Gabrielli, também do primeiro Curso: “É uma nova experiência, amarga, sim, mas repleta de significado. A sua partida nos faz refletir sobre o que é a vida em comunidade. Vivemos em famílias diferentes, mas formamos um grupo e vivemos o ‘um no outro, com o outro, para o outro’, isso não é pouca coisa. Com a dor da perda, fica ainda mais nítido o amor que temos uma pela outra, porque a comunidade da União nos faz muito próximas, através do ideal que compartilhamos, das reuniões, encontros, correspondências. Nesse momento, sentimos que é uma pessoa da nossa família que se foi, não uma simples colega de grupo, porque nos pertencemos mutuamente, nossos destinos se entrelaçam, é como se um pedaço insubstituível de nós tenha sido retirado. Também tomamos consciência do quanto ela colaborou para o enriquecimento do Curso e sentimos muita gratidão a ela e a Deus, que nos deu essa pessoa tão especial”.
Um pingo de amor
Em sua vida, Shirley trazia algumas passagens interessantes, sabia argumentar a favor da verdade. Um fato que marcou a memória das mães foi quando a vizinha de Shirley lhe contou que estava grávida e disposta a praticar o aborto, porque dizia que a gravidez era muito recente, que o bebê ainda não estava formado e não tinha alma. Rapidamente Shirley achou o argumento correto: pegou um pingo de água e colocou na mão da senhora e perguntou: “Isso é água?”. A senhora respondeu: “Sim é água”. Então ela disse: “Se um pingo de água é água, um pingo de gente é gente. Você não pode fazer isso com seu filho, ao contrário, vai ao médico fazer o pré-natal”. Até os dias de hoje essa pessoa é agradecida à Shirley, a criança nasceu forte e saudável e sua mãe se arrependeu profundamente do que havia planejado.
“Para mim, a Shirley foi uma dessas pessoas raras hoje em dia, que servem aos homens e a Deus e sabem o valor da oração, tinha o dom da palavra e da escrita. Com um coração generoso e humilde, fidelidade impecável, serviu à União das Mães de Schoenstatt. Em sua comunidade foi catequista, coordenadora, fazendo sempre o seu trabalho com uma doação impressionante”, recorda Fatima.
Lia Massinelli Hurtado, dirigente da União das Mães no Brasil e também do primeiro Curso, Comenta: “Pensem em uma pessoa que rezava… assim era Shirley. Tinha uma lista enorme com nomes de todas as pessoas próximas, madrugava para dar tempo de rezar para todos. Sempre que encontrava alguém, eram as mesmas palavras: ‘já rezei por você hoje, também rezei por toda sua família’. Tinha muitos dons, era uma exímia bordadeira. Tudo o que fazia era com alto grau de perfeição. O seu jardim [no céu], já tem muitas flores que ela levou daqui e vai seguir adubando a terra e semeando muito, e ali brotarão muitas e santas vocações para Schoenstatt. Ela que sempre se preocupou de rezar por todos, lá terá todo o tempo para estar junto de Deus e continuar rezando, agora diante do Cordeiro”.
A União das Mães
A comunidade que a Sra. Shirley ajudou a solidificar no país hoje conta com 44 mães, de sete cursos já existentes. Além desses, novos cursos estão a se formar em Bebedouro/SP, Brasília/DF, Londrina/PR e São Paulo/SP.
Sobre a missão da comunidade, no contexto da cultura da Aliança, Fatima Gabrielli indica: “Queremos contribuir para que a Cultura da Aliança atinja as famílias, renove os corações, traga a presença de nossa Mãe aos lares. Nós nos esforçamos para sermos a presença de Maria também nas paróquias e em todos os lugares onde atuamos. Os tempos atuais por vezes são frios e nós desejamos aquecer os corações por meio do acolhimento, queremos ser um lar acolhedor para os corações de todos que nos são dados”.