Vereador e schoenstattiano: Juventude protagonista

 

“As minhas dificuldades na política eu entrego nas mãos da Mãe”

Karen Bueno – Ananias Antônio Martins Neto, mais conhecido como Neto Ananias, tem 26 anos, é formado em Ciências do Esporte e é vereador no município de Cornélio Procópio/PR. Recentemente ele foi eleito, por uma pesquisa local, como o vereador mais atuante do ano na cidade.

Por que falamos nele? Bem, em 2018, faz 12 anos que Neto pertence à Juventude Masculina de Schoenstatt (Jumas) e há 10 anos selou a Aliança de Amor. Seu protagonismo na política está ligado, diretamente, às vivências com a Mãe no Santuário.

Compreendendo o papel do leigo como construtor de uma nova ordem social, suas propostas de lei aprovadas vão desde a inserção de banheiros químicos em feira livre, à instituição de uma Guarda Municipal na cidade. A criação de ecopontos e disponibilização de wifi livre em algumas áreas de Cornélio Procópio são outras sugestões aprovadas. Uma de suas propostas está em processo de se tornar lei estadual, sobre a obrigatoriedade de afixar, em lugar visível, a lista dos médicos plantonistas, número de leitos e de UTI, ocupados e livres, na rede pública de saúde, para que todos possam ver.

Para esse vereador, a política é espaço para todos, onde toda pessoa deve se fazer presente. Para isso, um de seus projetos aprovados é o “Banco de Ideias Legislativas”, pelo qual toda a população de Cornélio pode participar nas reuniões da Câmara Municipal, apresentando sugestões e pautas.

Com um ano e nove meses de mandato, Neto Ananias nos conta:

 

Especialmente neste Ano dos Leigos, a Igreja pede a participação e engajamento dos cristãos na vida política. É difícil, no seu ponto de vista, estar envolvido nessa realidade? Vale a pena se candidatar e assumir tal desafio?

Creio que não é difícil. Tendo os seus princípios, a sua personalidade, tendo sua formação pessoal e cristã, não é difícil. A política é possível! Tem como se trabalhar, desenvolver trabalhos, tem como se fazer o bem, ajudar a cidade e a população pelo seu trabalho. Algumas coisas podem ser difíceis dentro da política, mas quando você tem princípios e força de vontade, você supera as dificuldades e consegue desenvolver um bom trabalho. Se vale a pena? Com certeza! Sou uma pessoa que faço o máximo que posso para estimular e incentivar jovens cristãos a ingressarem na política, porque se nós não estivermos dentro do processo, nunca vamos conseguir melhorar o cenário político do nosso país. Então os jovens e os cristãos têm que, cada vez mais, participar da política, porque assim nós conseguiremos mudar nosso cenário político, tanto nacional, estadual como municipal.

 

Vemos, atualmente, uma eleição conturbada e, ao mesmo tempo, bastante decisiva para o país. Em sua opinião, que detalhes passam despercebidos e que merecem um olhar mais atento dos eleitores?

Neste ano, os eleitores têm que votar mais com a razão do que com a emoção. Tem que pensar na consequência, naquilo que pode acontecer futuramente em relação ao candidato que está se escolhendo. Quais são as propostas que ele pretende executar? Quais suas ideias? Qual sua personalidade? Porque, às vezes, há alguns movimentos que impulsionam alguns candidatos ou alguns partidos, mas depois nós temos consequências muito ruins. Então, analisar com carinho, com frieza, cada personalidade de candidato, cada proposta, o que ele pensa em termos ao cargo que está disputando. Colocar mais a razão que a emoção. Às vezes, deixar de lado uma mobilização que se tem pró ou contra algum candidato e, sim, olhar friamente e escolher da melhor forma possível.

 

Cruzada do Homem Novo, do Jumas Paraná (Peregrinação entre Londrina/PR e Cornélio Procópio)

 

Sua vivência no Jumas e junto à Família de Schoenstatt te ajuda em sua tarefa? De que forma?

Sim, a minha vivência no Jumas e na Família de Schoenstatt me ajuda em minha tarefa, porque estar no Movimento representa um aprendizado contínuo, infinito. A nossa autoeducação é uma coisa que nos ajuda, todos os dias, a melhorar um pouco mais. E na política não é diferente. As minhas dificuldades na política eu entrego nas mãos da Mãe e os ensinamentos do Movimento me fazem, cada vez mais, me autoeducar e melhorar na tarefa política.

 

Para você, qual deve ser o diferencial de um político schoenstattiano?

Para mim, o diferencial do político schoenstattiano é que ele vive a Aliança 24 horas por dia. Independentemente de onde ele esteja, do local, da situação, do ambiente. Você é schoenstattiano 24 horas por dia e na política não é diferente. Se trata de manter nossos princípios, os ensinamentos do nosso Pai e Fundador, Pe. Kentenich, daquilo que nós aprendemos dentro da Família, do Movimento, é aplicar no dia a dia e também na política.

 

As portas da política estão abertas para todos? Como as pessoas em geral podem se fazer mais presentes nessa realidade?

Sim, estão abertas para todos. A política é lugar de todos e todos nós vivemos dentro de uma sociedade política. Não adianta a pessoa falar que não está dentro ou que não está envolvida, porque tudo é política. Como podem se fazer mais presentes nessa realidade? Buscando mais informações, lendo, participando e estando mais ativos, indo na seção da Câmara Municipal de sua cidade, lendo o que está acontecendo na assembleia do governo do estado, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, as ações presidenciais, enfim. Nós temos que deixar de sermos leigos em política para nos tornarmos participantes ativos, porque dessa forma nós podemos cobrar mais. A partir de nosso voto na urna e de todo esse interesse político, de estar correndo atrás de informação e do que está acontecendo, isso nos dá mais força para cobrar nossos representantes.

 

* Essa entrevista é parcial, confira a entrevista completa na próxima edição da Revista Tabor (ed. 113), que será publicada no mês de outubro. Para conhecer e assinar acesse: revistatabor.com.br