Data de Nascimento: 17/02/1907
Data de Falecimento: 01/08/1942

A Mãe e Rainha de Schoenstatt tem a missão de educar homens novos, que livremente se decidem para os mais leves desejos de Deus e vivam em comunidade, formando uma família, a exemplo da Trindade Santa. Ela prova que é capaz de educar tais santos, em qualquer situação que se encontram. Quer lugar mais desafiante para isso do que um campo de concentração?

Um Pai santo que forma filhos santos

Deus escolhe o Pe. José Kentenich como instrumento para ajudar a Mãe de Deus nessa grande missão e, na Aliança de Amor com ela, ele vive fielmente essa missão divina. No campo de concentração de Dachau, Pe. Kentenich continua sua missão de vida. Com amor paternal, conduz as pessoas para a Mãe e Rainha, para que ela eduque no coração de cada um o Filho amado e heroico do Pai. Para isso, entre tantas outras obras que fez em Dachau, fundou grupos de sacerdotes, aos quais dava formação regular e os reunia em comunidades de vida, tanto quanto era possível nessa extrema situação de horrores da guerra nazista.

Um grupo de santos

O selo divino comprova que a fidelidade do Pe. Kentenich à Aliança de Amor é uma dádiva para toda a Igreja. Atualmente, quatro sacerdotes do primeiro grupo de Schoenstatt, em Dachau, estão a caminho dos altares: o pallottino Ricardo Henkes e o pároco Alois Andritzki, com o processo em andamento em suas dioceses, Carlos Leisner, beatificado pelo Papa João Paulo II e Gerhard Hirschfelder, beatificado no dia 19 de setembro de 2010.

O arcebispo de Colônia, Cardeal Joaquim Meisner, representa o Papa na cerimônia, realizada na catedral de Munique/Alemanha, e define esse filho de Schoenstatt como um modelo para os jovens.

Pe. Gerhard Hirschfelder é proclamado beato como “mártir e testemunha da fé”. O cardeal destaca que o sacerdote rejeitou a inumana lógica nazista e recorda seu especial compromisso no trabalho com a juventude.

Apesar de ter vivido somente 35 anos, o exemplo do Pe. Gerhard permanece muito vivo no coração de muitas pessoas, especialmente na Polônia e na República Tcheca, onde atuou por mais tempo. Centenas de pessoas desses países, bem como da Alemanha, estavam presentes na beatificação.

Uma vida pela juventude

Beato Gerhard Hirschfelder, nasce em 17 de fevereiro de 1907, no condado de Glatz, em Silesia. É ordenado sacerdote em 1932. De 1932 a 1939, atua como capelão em Grenzeck (Tscherbeney), e desse ano até 1941, capelão maior em Habelschwerdt e responsável pela pastoral da juventude da diocese.

Percebendo o perigo da ideologia nazista e os efeitos de sua propaganda, empenha-se para manter a juventude distante dela. Conduz os jovens, especialmente, por meio de sua proximidade e da direção espiritual. Ele não se cala perante o perigo, mas no amor a juventude, em suas homilias, denuncia com coragem os excessos e a violência desse período. A Gestapo (Polícia Secreta do Nazismo) reage à fidelidade do Pe. Gerhard à Igreja e à sua missão. Quando o padre participa de uma reunião, com seus jovens, em 1941, a Gestapo o interrompe nas atividades e o leva como prisioneiro.

Mas, o amor é ousado

Pe. Gerhard aproveita os mais de quatro meses de prisão em Glatz, para escrever uma impressionante Via-Sacra e reflexões sobre o sacerdócio, o matrimônio e a família. Ao iniciar a novena para o Natal, em 15 de dezembro de 1941, é transferido para o campo de concentração de Dachau. Os horrores do Campo de Concentração não mataram seu amor e sua liberdade interior. Seu coração nobre se une a outros com a mesma aspiração, Pe. Gerhard participa do primeiro grupo de sacerdotes de Schoenstatt, formado no Campo. É a espiritualidade de Schoenstatt que o prepara para o encontro definitivo com o Pai. Ele falece em 1º de agosto de 1942, devido aos maus tratos e à fome, que resultam numa grave pneumonia.

Um partidário da Aliança por uma nova cultura

Mas, o sangue dos mártires é semente. Pe. Gerhard é cremado e suas cinzas são levadas para Czermna (Tscherbeney), na Polônia, onde havia atuado como capelão. Seu processo de beatificação inicia em 1998. A documentação para isso reúne a Igreja Católica em três países: Alemanha, Polônia e República Tcheca. Apesar disso, leva apenas quatro anos para ser concluído, na Diocese de Munique. Em 2002 é enviado para Roma. Mais de 10 mil pessoas reconhecem a sua santidade, o tem como intercessor junto a Deus e, por meio de assinaturas, pedem que ele seja beatificado. Devido a esse fato admirável de unidade em prol de Gerhard, Dom Franz Jung, decano de Glatz, o considera “um construtor de pontes para uma Europa unida”.

Nós, schoenstattianos, aceitamos com alegria essa denominação e a interpretamos: um beato da Família que continua a atuar para uma cultura da Aliança de Amor.